O RPE é uma ferramenta que te permite regular e adaptar a intensidade do treino à tua situação atual. Ou seja, ajuda-te a individualizar o treino diariamente baseando-se na tua aptidão e perceção para o esforço.
Não sabes como gerir o teu treino quando não dormiste tão bem, ou estás mais cansado, ou simplesmente o treino parece-te mais difícil que o esperado?
Descobre como implementar adequadamente o RPE e terás uma solução para este problema!
RPE – UMA FERRAMENTA DE AUTORREGULAÇÃO
“Tens de escutar o teu corpo”
Mesmo que ainda não tenhas ouvido falar do conceito de autorregulação, de certeza já ouviste algo como a frase acima.
Não basta bombardear o corpo com treino e mais treino e assumir que vais estar sempre no teu auge.
Que vais recuperar sempre da melhor forma.
Que cada dia é sempre igual e ideal, isento de quaisquer outras perturbações que afetam o teu rendimento.
Por mais que te esforces: seria irrealista pensar que vais dormir sempre 8 horas por dia.
Que vais ter sempre a alimentação no ponto.
E que vais viver sempre num mundo utópico, sem stress, discussões ou imprevistos.
E, claro, um céu azul, pote da proteína cheio, banco do supino livre e os pesos todos arrumados!
Portanto a melhor prescrição de treino deve contemplar estas situações.
Onde nem sempre estás no teu melhor, mas estás disposto a treinar.
E, naturalmente, mesmo com um rendimento temporariamente abaixo do habitual queres tirar o melhor proveito do teu treino.
E é para isto que serve o a autorregulação: para adaptar o teu plano de treino à tua situação atual e extrair os melhores ganhos possíveis.
Para que mesmo quando não consegues replicar o rendimento da semana passada, sejas capaz de individualizar o teu treino e retirar um excelente estímulo do mesmo!
Então é neste contexto que surge o RPE – uma ferramenta muito útil para a autorregulação do treino.
RPE SIGNIFICADO
O significado de RPE é Rate of Perceived Exertion. Ou, em português: PSE, Perceção Subjetiva de Esforço.
E é uma escala de intensidade relativa do exercício. Ou seja, é uma escala que define o quão difícil foi completar um exercício ou uma série.
E entre as várias escalas definidas para este efeito, recorremos hoje a uma alternativa da escala de Gunnar Borg, sugerida por Mike Tuchscherer.
É uma escala mais adaptada ao treino de força, que se baseia na perceção de esforço após a execução de uma série:
Aqui, temos uma escala de 0 a 10, com níveis de 0.5 em 0.5, consoante a proximidade da falha e perceção de esforço ao longo de uma série.
Aqui, um RPE 0 significa zero esforço.
E um RPE de 10 significa esforço máximo: onde não conseguirias executar mais uma repetição mantendo uma técnica exímia.
Ou seja, para simplificar:
- Numa série com o teu 10RM, um RPE 10 equivale a fazer 10 repetições – não consegues fazer mais 1 repetição.
- E um RPE 8 equivale a 8 repetições – onde ainda conseguirias mais 2 no final da série.
Um pouco como as repetições em reserva (RER), mas com base no esforço.
PARA QUÊ UTILIZAR O RPE?
Todos temos aqueles dias em que nos sentimos os reis do ginásio.
Estamos cheios de energia e motivação e assim que atacamos a barra (sim… porque nesses dias é mesmo um ATAQUE à barra!) tudo parece mais leve.
Mas também todos temos dias onde a vontade de treinar é nula.
Onde a carga que há 3 dias usaste para aquele exercício te parece pesadíssima. E os movimentos não estão nada fluídos.
Talvez porque dormiste mal, tiveste um problema no trabalho, ou porque a alimentação não tem sido a melhor.
O teu rendimento não será constante.
A força é uma qualidade física que é influenciada por inúmeros fatores, inclusive o sono, stress psicológico, nutrição, etc.
Por isso, é natural que não te sintas igualmente forte todos os dias.
Por vezes, 1 noite mal dormida é suficiente para que os 100kg que estavam “leves” ontem, pareçam 150kg hoje.
Ora, se o teu plano de treino apenas discrimina séries, repetições e carga a utilizar, provavelmente este será um cenário comum.
E agora, o que é que vais fazer?
- Tentar igualar ou bater a performance da semana passada, com esta carga que de repente parece pesadíssima?
OU
- Adaptar o teu treino neste dia subótimo de modo a que consigas tirar um bom benefício do mesmo?
É exatamente na segunda situação que entra a autorregulação e sistemas como o RPE.
Para te ajudarem a adaptar o treino às tuas necessidades e objetivos, contemplando todas as influências externas, fisiológicas e psicológicas.
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COMO UTILIZAR O RPE
Se nunca o utilizaste, uma excelente forma de te familiarizares com o conceito e as sensações de proximidade à falha é começar por registar o RPE ao final de cada série.
Assim conseguirás perceber o quão intenso estás a treinar e, até, averiguar alguma progressão.
De seguida, experimenta definir um target-RPE para cada série para o teu plano de treino usual. Aqui já introduzirás uma autorregulação das repetições e tornar-te-ás mais eficaz com o conceito.
Assim que te tornares PRO no conceito, está na hora de o aplicar progressivamente ao teu treino. Isto é, após a prescrição de séries, cargas e repetições, utiliza o RPE como forma de conferir um elemento de autorregulação ao treino.
Passarás, assim, a utilizar o RPE como forma de gerir a carga que vais utilizar e as repetições que irás fazer. Mas como?
CARGAS e NÚMERO DE REPETIÇÕES
Sabemos que para um bom treino de hipertrofia é necessário acumular volume de treino, preferencialmente com uma elevada proximidade à falha. E que respeitadas estas premissas, qualquer espetro de repetições e carga serão eficazes para o crescimento muscular.
Então, para hipertrofia a regra-chave será terminar cada série sempre num RPE superior a 6.
Ou seja, com menos de 4 repetições em reserva.
Isto garante uma ativação total das fibras musculares, independentemente da carga utilizada, otimizando o potencial hipertrófico de cada série.
Qualquer série mais fácil do que um RPE 6 poderá não ter um recrutamento total do músculo.
E, como consequência, gerará menos tensão e, assim, menor estímulo hipertrófico.
… E na verdade, que “marombeiro” é que aceitaria treinar sempre num RPE inferior 6?
Mas atenção!
Em contrapartida, treinar constantemente um RPE 10 – até à falha – pode ser altamente subótimo.
Isto porque a fadiga acumulada de série para série poderá minimizar a capacidade de acumular um bom volume de treino.
E, assim, acabar por diminuir o teu estímulo de treino.
Então, a minha sugestão é treinar sempre entre um RPE 6 a 10, variando consoante os exercícios:
- RPE 6 a 8 para exercícios compostos em pesos livres.
Ex: Agachamento, Supino, Peso Morto, Clean.
Pela sua natureza, estes exercícios já serão extremamente eficazes mesmo num RPE 6.
Além disso, o risco de lesão de treinar constantemente num RPE 10 seria elevadíssimo.
- RPE 7 a 10 para exercícios compostos em máquinas e/ou exercícios isolados.
Ex: Chest Press, Bicep Curl com Halteres.
Aqui será mais fácil e seguro manter uma boa execução técnica mesmo atingindo a falha.
Além disso, devido a menos grupos musculares serem ativados, o estímulo total e a fadiga gerada por série será menor.
Logo, torna-se mais viável aproximarmo-nos da falha com mais frequência.
APLICAÇÃO PRÁTICA
Estás a preparar o teu plano de treino e queres aplicar a autorregulação para o otimizar. Então vamos aplica-la a cada exercício – é muito simples:
1. Define as séries e o espetro de repetições;
Estas variáveis devem estar bem pré-estabelecidas para que te consigas orientar ao longo de todo o bloco de treino.
2. Define o RPE com o qual queres a 1ª série de cada exercício;
Podes até definir um RPE para todas as séries, mas eu pessoalmente apenas aplico à 1ª série de cada exercício.
Aqui, procuro garantir que este RPE me permite começar a meio, ou mesmo até no topo do espetro de repetições pretendido. Assim tenho espaço para a fadiga poder acumular ao longo das séries e mesmo assim trabalhar na zona de intensidade que pretendo.
3. Ajusta as cargas em cada sessão de treino para atingir o teu objetivo de repetições mantendo o RPE pretendido.
E é aqui que averiguarás a tua progressão e poderás autorregular o estímulo sempre que necessário. Mantendo-te fiel ao teu RPE conseguirás ter um rácio de estímulo:fadiga mais ou menos similar de sessão para sessão, facilitando a tua evolução!
CONCLUSÃO
A autorregulação é uma ferramenta poderosíssima para a otimização do treino.
Se procuras sempre os melhores ganhos possíveis, será sempre importante conseguir aferir e gerir a dificuldade dos teus treinos. Pois a acumulação excessiva de fadiga acabará por comprometer a tua performance nas sessões seguintes.
Simultaneamente, a natureza imprevisível das nossas vidas faz com que nem sempre consigamos recuperar da melhor forma. Ou estar com a melhor disposição para treinar. Logo, é necessário conseguir re-ajustar o treino nestes momentos, para que não perca a sua eficácia.
E é aqui que entra a autorregulação. Para garantir que o teu treino está sempre adaptado à tua situação atual!
Agora que conheces o significado de RPE e como o utilizar: estás pronto(a) para dar um salto na qualidade do treino!
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Uma resposta
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